Não se trata de alarmismo, nem de um exagero textual. A constatação é científica: “estamos em meio a uma epidemia global de miopia”, revela o médico Earl Smith, professor da Universidade de Houston, nos Estados Unidos. Os números só comprovam a teoria do doutor: o número de míopes duplicou nos últimos 50 anos.
O futuro promete ser bem mais assustador: em 2020, um terço da população mundial sofrerá com a miopia. Em 2050, 52% das pessoas. Já imaginou o cenário? Metade dos seus colegas de trabalho usará óculos. As armações vão dominar o planeta!
Doença dos países desenvolvidos
A gente já começa o tópico com uma provocação: será que os conselhos que a gente ouvia na infância eram tão sábios assim? “Estude bastante”, “Devore os livros”, “Consiga um bom emprego”, “Tenha um bom salário”, “Mergulhe no universo tecnológico. Quem nunca ouviu uma dessas frases?
É difícil ouvir que quanto maior a escolaridade e o nível intelectual maior a chance de sofrer com a miopia. Chega até a ser irônico (e um pouco trágico também) pensar que os míopes são “penalizados” porque estudam bastante, ou buscam conhecimento. Claro que nunca se pode generalizar, principalmente porque é preciso considerar o fator genético, mas é claro que ler com pouca luz ou no escuro podem ter um impacto sobre o crescimento do globo ocular, levando à miopia.
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Os índios estão aí para comprovar a tese. Na década de 50, a miopia era rara entre os indígenas. Hoje, as taxas são muito parecidas com as do restante da população, por um motivo básico: os índios começaram a ir para a escola.
Tecnologia x saúde ocular
Os fanáticos por tecnologia que não nos ouçam, mas a luz azul emitida por tablets, smartphones, televisores e notebooks pode trazer danos irreversíveis à visão. Um dos grandes problemas é que a gente fica tão compenetrado olhando para a tela do celular que esquecemos de piscar – o que prejudica a lubrificação da córnea. É só abrir os olhos para os seguintes sintomas:
- Olhos secos;
- Visão embaçada;
- Dor de cabeça;
- Visão dupla;
- Cansaço e fadiga.
Como se proteger?
Muitas vacinas são produzidas com um vírus vivo atenuado. Se seguirmos essa lógica, para combater os malefícios da tecnologia, precisamos de… mais tecnologia.
- Filtro de luz azul: alguns celulares já vêm com o recurso (filtro de luz azul ou modo noturno). Ele, como o próprio nome diz, filtra a grande quantidade de luz azul emitida pela tela. É ideal para quem não consegue se desgrudar do celular ou se aventura a ler no smartphone antes de dormir. A tela ficará um pouco amarelada e com menos brilho, mas trará mais conforto para os seus olhos. Se o seu smartphone não tiver o recurso, tenha calma e piedade do seu aparelho. Não precisa jogá-lo fora. Baixe um aplicativo – tipo o Blue Light Filter – e seja feliz.
Listamos os alimentos que mais colaboram para a saúde dos seus olhos. Confira!
- Livros eletrônicos: os tradicionalistas vão torcer o nariz, mas a verdade é como um sol escaldante que bate, diariamente, na nossa cara: os livros físicos estão perdendo espaço para os digitais. Além de superfuncionais e práticos, os e-readers preservam o bom estado da nossa visão com a chamada tinta eletrônica. A tecnologia permite que as imagens sejam exibidas sem emissão de luz – o que dá a deliciosa impressão de uma leitura no convencional papel impresso. Alguns aparelhos mais moderninhos têm até luz própria e dispensam uma fonte externa. Ou seja: nem o escuro atrapalhará a sua leitura.
Quem quer brincar na rua? Cri cri cri!
Mais uma peripécia da modernidade. Foi-se o tempo em que as crianças imploravam e enchiam a paciência dos pais para brincar com os amigos na rua. Queimada e amarelinha parecem até passatempos da Idade Média. Hoje, os pequenos preferem curtir a solidão dentro do apê, com tablet, videogame e televisão. Vamos perdoá-los, porque eles não sabem o que fazem.
As atividades ao ar livre são fundamentais para a saúde física das crianças, ajudam a combater a ansiedade e prevenir a miopia. Isso porque o sol estimula a produção de dopamina, um neurotransmissor que inibe o crescimento do olho alongado, que causa a miopia. Moral da história: quanto maior o período em ambientes externos menor a chance de desenvolver a miopia. A criança deve ser estimulada a enxergar as coisas de longe, a buscar objetos no horizonte.
Tem até um tempo estipulado pelos especialistas: de duas a três horas por dia fora de casa. A missão dos pais é incentivar os pequenos. O primeiro passo já foi dado: a galera parou de caçar os Pokémons. Quem sabe os pequenos arranjam algum tempo para jogar bola, andar de bike, brincar de pega-pega ou esconde-esconde?
