A fotografia é ideal para tornar os momentos eternos e registrar sensações e emoções que são difíceis de descrever. Além disso, a fotografia pode ajudar a identificar doenças oculares em crianças, que dificilmente são vistas a olho nu.
Com o uso do flash, muitas vezes, os pequenos aparecem com os olhos avermelhados. Apesar de não ficar muito bonito na foto, quando os olhos ficam desta forma é um sinal de que está tudo bem com a saúde dos olhos.
Segundo o médico do Conselho Brasileiro de Oftalmologia e professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Paulo Augusto de Arruda Mello, quando os olhos têm um brilho amarelado, esbranquiçado ou com diferenças de um para outro, pode ser um indício de que há um problema ocular. “O flash dispara uma luz intensa que atinge através da pupila o interior do olho. Como o interior é avermelhado, a pupila aparece vermelha na foto. Assim, alterações que mudam o caminho da luz ou a cor refletida podem ser detectadas”, explica o oftalmologista.
Quais doenças a fotografia pode detectar
Com o uso do flash na fotografia é possível detectar alterações na córnea como o leucoma e a catarata, que consiste na opacidade do cristalino. No entanto, de acordo com Paulo Augusto Mello, estes problemas costumam ser percebidos mesmo sem a “ajuda” da fotografia.
O brilho diferente no olho das crianças nas fotografias também revela infecções congênitas como toxoplasmose, presença de diferença de graus ou miopia e astigmatismo acentuados. Segundo o oftalmologista e diretor-presidente do Eye Care Hospital de Olhos, Renato Neves, uma em cada 80 crianças apresentarão esse tipo de brilho em um ou em ambos os olhos. “É importante saber que em 80% dos casos é possível tratar a doença e evitar a perda da visão”, ressalta.
A retinoblastoma é um tumor ocular também “detectado” por meio do flash da fotografia. O seu principal sintoma é a leucocoria, presente em 90% dos casos, que é caracterizada por um reflexo branco na pupila, conhecido como reflexo do olho de gato. A mancha em um tom esbranquiçado indica que uma fonte luminosa está incidindo sobre a superfície do tumor e impede a passagem de luz. Sem essa passagem de luz, as vias óticas para o centro da visão no cérebro não se desenvolvem e atrofiam.
Segundo dados do Ministério da Saúde, o retinoblastoma é responsável por atingir cerca de 400 crianças por ano no Brasil, sendo o tumor ocular mais comum na infância. Esse tipo de câncer pode causar cegueira e até levar à morte, atingindo, em sua maioria, crianças de 0 a 5 anos.
Apesar da fotografia, os exames são mais confiáveis
Mesmo com essa “função extra” do flash, a recomendação é buscar exames médicos para fazer um diagnóstico preciso de qualquer problema ocular. Vale lembrar que algumas máquinas fotográficas, bem como os smartphones, possuem módulos que evitam o efeito dos olhos avermelhados, assim como o ângulo ou a posição que também podem afetar o resultado.
A oftalmologista pediátrica da Unifesp, Mônica Cronemberger, reforça que seja feito um acompanhamento médico na saúde dos olhos das crianças, mesmo que não se note problema algum.
Quando procurar um oftalmologista
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